Despedida Monalisa Lins
Com enorme tristeza comunicamos a partida da nossa associada Monalisa Lins no início da manhã desta segunda-feira, 22, após 5 anos de muita luta contra um câncer.
Monalisa trabalhou como fotojornalista no jornal O Estado de S. Paulo entre os anos 2002 e 2008.
Trabalhou também com a formação de professores direcionada à arte de contar histórias, preparando voluntários em empresas para atuarem em ações sociais em hospitais, abrigos e outros equipamentos comunitários.
Foi a criadora do projeto social chamado “HISTÓRIAS EM MOVIMENTO”, que leva narração de histórias, brincadeiras populares e livros para crianças e idosos que vivem em bairros periféricos da cidade. O projeto tem a finalidade principal focada na cidadania, ou seja, levar conhecimento e acesso a cultura às populações mais carentes por acreditar que a leitura é libertadora e criadora de oportunidades para as pessoas. É o desejo de ajudar a construir um país mais justo.
Desde 2015 desenvolvia pesquisa no LAB ARTE – Laboratório Experimental de Artes da Faculdade de Educação da USP, coordenando o Núcleo Narração de estórias.
A cerimônia de despedida acontecerá nesta terça-feira, 23/01, das 07:30 às 10:30 no Memorial Parque Paulista (Rua Suécia, 56) em Embú das Artes.
Neste momento de imensa dor, estendemos nossos sentimentos solidários ao seu esposo Evelson de Freitas e a todos os demais familiares e amigos. Que a querida Monalisa descanse em paz.
“Jamais nos esqueceremos de todos que através de suas lentes, registraram a história do nosso país e do nosso povo.”
“Quando entrei no jornal em 2002, a equipe de fotógrafos era composta de grandes nomes da fotografia brasileira, Vidal Cavalcanti, Agliberto Lima, Robson Fernandjes e tantos outros, no meio desses nomes, uma fotógrafa se destacava pelas suas imagens e também pelo seu sorriso, aberto e franco, que iluminava o departamento de fotografia e também qualquer ambiente por onde passasse, tinha nome poderoso, Monalisa Lins, e todos a chamavam por Mona ou Moninha.
Logo descobrimos que fizemos um curso de fotografia com o mesmo mestre Carlos Moreira e lembro que ainda um jovem fotógrafo, mostrei algumas imagens que fazia da cidade, com uma pequena câmera de filme. Ela foi generosa me incentivando, apontando o meu melhor naquelas fotografias e o que podia ser melhorado. Se o jornal tinha e ainda tem fama no mercado de ser um local de bom convívio entre os colegas, se deve muito a pessoas como a Mona. Um pouco depois passou para a edição de imagens e a mesma generosidade e tato em tratar com os colegas se manteve.
Depois saiu do jornal e junto com seu companheiro, que também trabalhou no jornal, Evelson de Freitas, fizeram uma família linda e montaram uma dupla de contadores de histórias infantis. Vel e Mona passaram a encantar crianças e adultos com as contações de histórias por muitos palcos do Brasil.
A vida nos afastou, soube que a família havia ido morar em Ilhabela e quem trabalha em redação sabe como as coisas funcionam. Às vezes passamos mais tempo com nossos colegas em pautas e nas redações, mas quando saímos do veículo que trabalhamos, o dia a dia atribulado de quem precisa pagar os boletos que não cessam de chegar, acabam nos separando.
Em dezembro passado trocamos algumas mensagens e ela parecia confiante de que iria superar a doença, relembrou das aulas do Carlos Moreira e de que minhas fotos atuais iriam o deixar orgulhoso. Agradeci e disse que estava sempre na torcida por eles, sempre. Hoje a Mona nos deixou e só consigo pensar que o sorriso dela vai fazer muita falta por aqui.“
Tiago Queiroz, fotojornalista do Estadão
