LUTO: Fotógrafo Marcelo Sayão

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                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  Foto: Paulo Pinto

 

LUTO: Com enorme tristeza comunicamos o falecimento de Marcelo Sayão, coordenador fotográfico da Agência EFE do Brasil e Prêmio Rei da Espanha de Jornalismo em 2001, na tarde desta quinta-feira, aos 55 anos.

Sayão foi referência profissional por seu trabalho fotográfico tanto na agência quanto no fotojornalismo em toda a América Latina nas últimas duas décadas.

Foi ele o responsável pela implantação do serviço de fotografia da EFE no Brasil, do qual foi coordenador desde 2003, e de sua autoria são mais de 30.000 fotografias sobre eventos na região e no mundo.

Apaixonado por jornalismo esportivo, foi enviado especial às Copas do Mundo de Futebol na Alemanha em 2006 e no Brasil em 2014 e nos Jogos Olímpicos de Pequim em 2008, Londres em 2012 e Rio em 2016.

Na América do Sul, cobriu, entre outros eventos, a posse de Evo Morales como presidente da Bolívia em 2005, a Cúpula Ibero-americana, o Mercosul e eventos esportivos exigentes como a Copa América e os Jogos Pan-americanos.

PRÊMIO REI DA ESPANHA

Sayão nasceu em 11 de janeiro de 1965 no Rio de Janeiro, embora tenha crescido em Natal, capital da região do Rio Grande do Norte, de onde vem sua família. Sua carreira como fotojornalista teve início na década de 80 em jornal regional de Natal.

Anos depois voltou ao Rio, onde trabalhou em importantes publicações da cidade antes de sua assinatura pela EFE: Ultima Hora, O Dia, Jornal do Brasil e O Globo.

Neste último título, alcançou grande projeção internacional ao ganhar o Prêmio Rei da Espanha de Jornalismo na categoria fotografia em 2001 por instantâneo publicado em 21 de outubro de 2000.

Nele, uma mulher negra é retratada por trás ameaçando um policial com um tijolo durante rebeliões em um bairro pobre do Rio de Janeiro.

Sua sensibilidade social e compromisso com informações precisas o levaram a realizar diversas coberturas de alto risco, incluindo operações policiais em favelas.

UM FOTÓGRAFO COMPROMETIDO

Além dos temas sociais, que eram seus favoritos, e dos carnavais cariocas – era capaz de enviar até 300 excelentes imagens por dia – Sayão, torcedor fervoroso do Flamengo, se destacou em diversas coberturas futebolísticas.

Quando não estava em campo, coordenou tanto a equipe fixa da EFE no Brasil, com cargos no Rio, São Paulo e Brasília, quanto uma extensa rede de colaboradores em praticamente toda a geografia deste país continental, a partir de Porto Alegre , no sul, até Manaus, na Amazônia.

Entre as últimas grandes coberturas que coordenou, destacam-se a ascensão ao poder de Jair Bolsonaro (2018), a tragédia de Brumadinho (2019), a Copa América em 2019, os incêndios na Amazônia desse mesmo ano e a crise do coronavírus em 2020. .

Sayão, que era pai de três filhos, será cremado nesta sexta-feira no cemitério do Caju, no Rio de Janeiro.

A todos os familiares e amigos, nossos sentimentos.

“Jamais nos esqueceremos de todos aqueles que através de suas lentes, registraram a história do nosso país e do nosso povo.”

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