Fotografia impressionante de Apu Gomes nos incêndios na Califórnia é a Imagem do Mês de setembro de nosso Instagram

O mundo em chamas.

A Imagem do Mês de setembro do instagram ARFOC-SP é do associado Apu Gomes, que atualmente mora em Los Angeles, Estados Unidos, e flagrou o instante em que o bombeiro caminhava perto de uma casa em área evacuada de El Cariso Village, na cidade de Lake Elsinore (Califórnia) enquanto o incêndio não consumia só a floresta, mas a região urbana local também. Impactante visualmente, a foto foi escolhida pela surpreendente cena, pelo avanço do fogo ultrapassando os limites das matas e chegando nas casas das pessoas, e pela necessidade de medidas urgentes.

O repórter fotográfico conseguiu acesso a uma área claramente perigosa para fazer um belo registro da impotência humana frente à proporção das chamas. O fogo que destrói a natureza é o reflexo de um planeta em combustão. Obra prima do caos, a foto nos mostra que as mudanças climáticas deixaram de ser um alerta para o futuro, e sim uma questão emergencial do presente.

Sobre Apu Gomes

Apu cobriu a pandemia de coronavírus em Los Angeles, os protestos do Black Lives Matter na Califórnia; a guerra civil na Líbia, o colapso das sanções no Irã e cerimônias xiitas em Teerã, Irã, a guerra contra as drogas no Rio de Janeiro, a Copa do Mundo no Brasil, questões indígenas na Floresta Amazônica e uma série de reportagens na fronteira EUA-México.

Apu Gomes é um experiente fotojornalista especializado em conflitos sociais com mais de uma década de trabalho visualmente atraente cobrindo as notícias e as pessoas. Durante seus nove anos no jornal brasileiro Folha de S. Paulo, Gomes se situou e capturou eventos que mudam para sempre, como a Guerra Civil da Líbia, em 2011, e o controverso Tratado do Programa Nuclear EUA-Irã em Teerã.

Nascido em Caratinga, uma pequena cidade no estado de Minas Gerais, Brasil, Gomes mudou-se para São Paulo aos cinco anos de idade, na década de 80, quando as drogas e as cenas de crime estavam realmente altas. Como testemunha ocular da natureza violenta de seu entorno, ele desenvolveu uma verdadeira paixão pela fotografia. Enquanto trabalhava como motoboy em São Paulo, ele desenvolveu o hábito de sempre carregar uma câmera com ele, principalmente para fotografar as cenas da vida na cidade. Gomes reflete que sua carreira como fotógrafo se deve em parte a um colega, Guto de Lima, um fotógrafo com quem Apu costumava trabalhar como mensageiro até que ele próprio o encorajou a comprar sua primeira câmera, uma Canon FTb 1970 com uma lente de 50 mm. Ele então decidiu fazer sua primeira aula de fotografia enquanto ainda trabalhava na mesma agência de marketing.

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Em 2006, Gomes chamou a atenção da BBC News com sua reportagem sobre a Corrida do Ouro do Brasil. Ele fotografou as condições de vida prejudiciais e os graves sacrifícios feitos pelos mineradores na busca por riqueza e prosperidade na Floresta Amazônica.

Gomes começou na equipe da Folha de S.Paulo em 2007, onde seu ensaio fotográfico “Cracolândia”, expôs a verdadeira natureza de uma zona no centro de São Paulo, notória pelo uso pesado de crack-cocaína. Gomes retratou a realidade urbana mista e crua da cidade, mantendo uma versão sensata e poética das noites e sombras da cidade.

Ele viajou aos EUA para documentar o projeto de reconstrução de Nova Orleans cinco anos após o furacão Katrina, além de cobrir a Guerra às Drogas durante a ocupação militar das favelas do Complexo do Alemão em 2010 e da Rocinha em 2011, ambas ocorridas na cidade do Rio de Janeiro, Brasil.

Durante a Primavera Árabe, a Folha de S.Paulo enviou Gomes duas vezes à Líbia para cobrir a guerra. A primeira foi entre março e abril de 2011, quando a OTAN apoiou uma resolução autorizando uma zona de exclusão aérea sobre a Líbia e iniciou uma ofensiva militar contra o regime ditatorial de Gaddafi. Depois, em agosto de 2011, durante a queda da capital, Trípoli, ele voltou ao país.

 Dois anos depois, Gomes foi designado para o Irã, onde passou três semanas para produzir uma série de reportagens sobre a sociedade iraniana, exclusivamente para a Folha de São Paulo, abrindo caminho para “Os Iranianos”, de Samy Adghirni, um livro publicado.

Trabalhou na cobertura da Copa do Mundo de futebol no Brasil em 2014 e em 2015 começou a trabalhar como correspondente na Califórnia, EUA, cobrindo notícias para o jornal “Folha de S.Paulo”, TV Globo, BBC e jornal “El Pais” da Espanha.

Em 2017, foi convidado para trabalhar na Agence France-Presse no Brasil, durante esse período cobriu a guerra às drogas no Rio de Janeiro, jogos de futebol e o Rock in Rio Festival. Uma história multimídia sobre o povo indígena Waiãpi na Amazônia, que ele sugeriu, produziu e filmou junto com dois colegas da AFP, acabou sendo um dos destaques da agência no Brasil. Mais tarde naquele ano, ele se estabeleceu pela segunda vez em Los Angeles e continuou a trabalhar para a AFP.

A Press Photographer Association of the Greater Los Angeles o premiou em 2020 com o Primeiro Lugar na categoria Web News Feature pela história multimídia, The Guardians of the Amazon, que ele produziu sobre o povo indígena Waiapi no ano anterior, transmitida em todas as plataformas da CNN.

Em fevereiro de 2021, Apu Gomes lançou seu primeiro livro “Kindergarten”. Com as palavras de introdução de Mano Brown, o livro é inspirado na comunidade, na água e em sua identidade cultural, usando a fotografia como um instrumento para a mudança social, ambiental e, em última análise, humana.

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