Imagem do Mês: Indígena de braço cerrado no topo da bandeira do Brasil registrado por Ricardo Stuckert é a escolhida de abril

Mensalmente, a ARFOC-SP realiza uma votação para eleger a foto do mês entre os membros da diretoria e divulga a imagem vencedora em suas redes sociais, por meio de uma conversa com o autor sobre os bastidores da fotografia.


Em abril, mês da resistência indígena, o tempo e esforços da ARFOC-SP foram voltados à exposição TURI. Mais do que uma exposição fotográfica, TURI foi um grito de socorro de nossas florestas, que além de valorizar o trabalho de fotógrafos associados que registraram as queimadas em diferentes épocas do Brasil, expõe a necessidade de voltarmos nossos olhares sobre as causas ambientais.


Meses depois, o jornalista Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira, ativistas da causa ambiental e indígena, foram assassinados, jogando luz sobre a crueldade de um país que mata quem dedica ativamente a vida em prol de um Brasil melhor. Enquanto isso, coincidentemente ou não, no grupo da ARFOC-SP, a foto escolhida como imagem do mês era uma obra de Ricardo Stuckert realizada no acampamento Terra Livre.

Foto: Ricardo Stuckert

A foto marcante nos mostra um indígena de braço cerrado no topo da bandeira do Brasil com o congresso nacional ao fundo. Por um conflito de agenda, não foi possível ouvir e divulgar sobre os bastidores do olhar de Stuckert, afinal, a correria também faz parte dos bastidores da reportagem fotográfica. Mas é o tipo de foto que pode dispensar explicações.

No indígena na bandeira hasteada está também um recorte do que há por trás do grito das florestas expostos na TURI, do grito de um país que mata Doms e Brunos e do alerta sobre o fato de que o fotojornalismo nos ajuda a contar a história e expor gritos e assuntos que não devem ser silenciados, ignorados ou esquecidos. Um mês depois, maio, a próxima imagem escolhida como foto do mês da ARFOC-SP também expõe outro desses assuntos. 

Texto: Bruna Nascimento | Foto: Ricardo Stuckert | Arte: Levi Bianco

To top