Foto ©Paulo Pinto
Por Denilson Oliveira
Depois de muita expectativa, foi empossada a nova diretoria que ficará responsável pela gestão da Arfoc-SP pelos próximos três anos. A cerimônia foi realizada na noite da última terça-feira, dia 22, na sede da associação, na região central da Capital.
O evento contou com a presença de associados, membros da chapa eleita no mês de abril e teve um forte engajamento nas redes sociais. A transmissão da posse teve um pico de audiência com cerca de 1500 pessoas acompanhando pela internet.
Logo na abertura Marcos Alves, presidente reeleito da associação, convidou à mesa Ricardo Trida, que representava a diretoria que encerrava seu mandato. “Quando fui convidado para a Arfoc-SP, prontamente eu quis somar. Na posse anterior, tinha pouco número de profissionais presentes e hoje vejo que tem mais. Isso é resultado de uma boa gestão. O Marcos Alves agregou muito à Arfoc-SP. Ele se dispôs a reerguer a entidade naquele momento conturbado. Há opiniões divergentes, mas que somadas trouxeram um bom resultado”
Assim que homologou a posse da nova diretoria, Esdras Martins fez questão de ressaltar que “se cada pessoa fizer um pouco, é possível fazer com que a associação cresça. A comissão de eleição procurou deixar tudo certo para a nova diretoria. Quero que recebam com grande carinho a nova diretoria”
Em sua posse, a fotógrafa Ale Cabral, que assumiu o cargo e secretária-geral, garantiu que “ajudará no máximo que puder para dar uma cara nova na identidade visual da Arfoc-sp”.
Jà Levi Bianco, tesoureiro, lembrou que o trabalho da diretoria da associação é totalmente voluntário. “Dedicamos nosso pouco tempo disponível e estou feliz de ter essa oportunidade novamente. Todo mundo que passa por aqui sabe o quanto o fotojornalismo representa para nós e para quem passamos a informação. Muitos dos nossos associados são premiados e tem destaque internacional. Isso mostra a força que o fotojornalismo de São Paulo tem. A Arfoc-SP adota medidas para fortalecer isso. Temos muitos problemas e pouco braço para tocar nossas demandas. Mas tudo isso seria mais fácil se houvesse ainda mais pessoas próximos da gente”
O novo diretor de comunicação, Leonardo Benasatto, falou sobre seu novo desafio: “queremos aproximar o pessoal do interior, usando ferramentas como a internet e as redes sociais. Além trazer para a associação novos projetos e parcerias”
Para Léo Pinheiro, integrante do Conselho Fiscal, a Arfoc-SP não é somente a “galera do futebol”, afirmou. “Somos mais que isso.
Somos essa fotografia que está aí na rua. Quando comecei a fotografar, há 15 anos, eu também me perguntava o que a entidade fazia por nós.
É preciso ter uma continuidade na associação para fazermos algo pela fotografia. A chance que temos é esse e precisamos muito da ajuda de todos”
A diretora Marlene Bergamo lembrou que “temos quer ser mais que só fotógrafos, temos que estar politicamente posicionados. O sindicato e Arfoc-SP é como se fossem um guarda-chuva. Quando chove, vamos para lá e estamos protegidos. E estamos numa tempestade no Brasil e quando mais nos unirmos é melhor. Temos que começar a assumir posições políticas e ir para as ruas também”
Luís Fernando Menezes reforçou o discurso de sua colega de cargo ao garantir que se inicia uma história diferente na Arfoc-SP. “Tem muita coisa a ser explorada na associação com a chegada dos novos membros e o enriquecimento da fotografia por meio das redes sociais. As pessoas têm curiosidade em saber quem são os fotojornalistas de São Paulo.
Já Marcos Issa, ressaltou que a Arfoc-SP representa cada um de seus associados, independente do cargo ou qualquer outra coisa “Temos que trabalhar junto. Tem uma ideia bacana? Venha aqui e converse conosco. Não espere. O golpe de 2016 foi em grande parte midiático e nós, como fotografos de imprensa, temos responsabilidade sobre isso. Temos que pensarmos mais no que fazemos, como fazer, porque faz e seria uma boa ideia começar a discutir isso aqui e produzir uma contra informação que possa ser explorada em outros meios”
Esdras Martins, presidente da comissão eleitoral, apresentou um panorama de como foi realizado o pleito deste ano. “Fizemos uma eleição diferente este ano, totalmente online, e com uma participação expressiva”, disse.
Paulo Zocchi, presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP), também participou da abertura. “Quero dar os parabéns à nova diretoria, torço para que seja feito um trabalho produtivo nos próximos três anos e que haja ações conjuntas entre a Arfoc-SP e o Sindicato”, disse.
Marcos Alves, que continuará no cargo da entidade pelos próximos três anos, falou sobre os desafios da Arfoc-SP e seus associados. Confira seu discurso na íntegra:
_“Como vocês puderam perceber, meu maior papel é dar voz a todos nesse espaço. Milito na Arfoc-SP desde meados dos anos 2000. Não sou o mais velho da casa, minha carteirinha é a de número 325. A do Jorge Araújo é a de número 001 e ele ainda contribui como tantos outros.
Nos últimos dois anos que passamos aqui, dedicamos boa parte do nosso tempo para trabalhar em nome do coletivo. Eu passei grande parte desse tempo dizendo que meu ciclo se encerrava ao termino dessa gestão.
Confesso que fiquei me perguntando o que faz você, depois de um trabalho árduo, ter essa sensação de que não fez o bastante. O que faz você assumir um compromisso e trazer pessoas que gosta para esse time, mesmo sabendo que a caminhada é das mais difíceis? Eu fui forjado profissionalmente nos porões da F4 e aprendi desde cedo que a luta deve ser constante e permanente. Então o que me traz ate aqui é a convicção de que temos muito a caminhar e a fazer. A Arfoc-SP é uma senhora. Temos registros de 1954. Mas é preciso aprender a dialogar com as novas ferramentas e com as novas possibilidades. E, sobretudo, com as novas gerações. Há dois anos, falei de inclusão com a empolgação de quem chega.
Hoje, falo com uma voz serena de quem está e sabe como é difícil mudar questões que já estão aí há muito tempo. Nós tivemos a honradez de não nos colocarmos num primeiro momento para concorrermos a eleição. Eu sinceramente gostaria que outro grupo assumisse o protagonismo das reformas. Para mim, que sou contemporâneo, é muito difícil reformar a associação e talvez mudar alguns princípios que eram aceitáveis na década de 1980 mas que hoje estão fora de moda e não cabem mais na nossa relação. Os colegas vieram aqui me agradecerem pelo convite a compor a diretoria. Por mais que eu tenha o maior carinho e amizade por todos eles, nenhum nome foi convidado por proximidade e relação.
Na verdade, eles foram convidados pela performance e representatividade e absolutamente pelo mérito. A diretoria que encerrou a sua participação foi madura o suficiente ao entender que temos que dar espaço paras as novas gerações, para aprenderem a administrar e formarmos novas lideranças. É sinal de maturidade quando você vê o Trida vindo aqui e dizendo: independentemente de estar assinando como diretor a luta é permanente porquê tem um elo importante nessa ciranda que é o associado, que é o grande protagonista. Se eu não consegui implementar parte do meu discurso de posse a dois anos, é porque a assembleia de asscociados é soberana e não me permitiu. E me ensinou a dialogar, a negociar e a explicar melhor. A associação é ampla e temos representatividade. O nosso compromisso na noite de hoje é entender que o nosso papel é ser o mediador de todas as vozes. É explicar melhor o que a gente deve e precisa fazer. A Arfoc-SP é mais conhecida como a associação que gerencia o credenciamento no futebol. É verdade. Fazemos isso com uma excelência incrível. Administramos o campeonato paulista em 100%. A Federação nos dá total liberdade no credenciamento. Na Libertadores, na Sul-Americana e na Copa do Brasil a relação é igual. E por que isso acontece? Porque a Arfoc-SP é uma associação que se fez respeitar e recebe essa representação por fazer isso com excelência. Nos meus pensamentos, é que no discurso de encerramento, vamos trabalhar forte para que daqui a três anos, a gente deva colocar como prioridade a defesa do direito autoral. Estamos em 2018 e continuamos ouvindo sobre o uso indiscriminado de fotos. Quando pergunto para o autor se ele conhece a lei, aqui e acolá tem um deslize porque a lei é ampla e precisa ser entendida e ainda mais divulgada. A Arfoc-SP deve assumir um protagonismo no sentido em fazer jus à sua força e liderança. Nós vamos buscar entendimento com as outras associações, que estão correndo na mesma direção, mas cada um com seu caminho e seus problemas. Devemos fazer isso de forma unida porque os desafios são inúmeros”.