Sessenta imagens apresentando os momentos que marcaram a história das Olimpíadas e das Paralimpíadas no Brasil poderão ser vistas gratuitamente a partir das 19 horas de 8 de novembro no Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, em São Paulo. Com curadoria do fotojornalista Jorge Araújo e realizada pela Associação de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos no Estado de São Paulo (ARFOC-SP), a exposição apresenta uma seleção do melhor da produção dos fotojornalistas do estado de São Paulo na Rio 2016. Junto com a abertura da mostra acontece o lançamento do livro “FotoRetrospectiva 2015 – Marcelo Min, olhar que une e Retratos do Fotojornalismo”, com organização de Nilton Fukuda. “O fotojornalismo é uma linguagem direta. E essa exposição é exatamente isso, uma celebração do fotojornalismo mais clássico. A nossa tribo eternizou a história”, conta Araújo sobre as cerca de duzentas imagens inscritas para a seleção da curadoria. Com meio século de experiência profissional e cinco coberturas de Olimpíadas, o curador optou por realizar suas escolhas às cegas, limitando-se a analisar as imagens sem saber sua autoria.
“Não podia ser contaminado com nomes. Precisei deixar de lado as fotos perecíveis, as que valem para a publicação do dia seguinte, mesmo sabendo que essas imagens são grandes documentos naquele momento. Optei por valorizar informação estética, elaboração técnica e as imagens que sem gaguejar contaram a história com seus personagens, escreveram com luz”, explica Araújo sobre seus critérios, completando: “Vi coisas maravilhosas nessas duzentas. Poria todas na parede. Dá um frio na barriga, é uma tremenda responsabilidade. A ARFOC-SP me deixou muito à vontade. Tomara que eu tenha acertado”. Com a prioridade de buscar ângulos não convencionais, o fotojornalista Diego Padgurschi cobriu a abertura das Olimpíadas no Morro da Mangueira, junto com os moradores vizinhos do Maracanã, e a final do futebol Olímpico na arquibancada do mesmo estádio. Após o Brasil sagrar-se campeão, percebeu que o jogador Neymar fizera um discreto sinal aos amigos que o assistiam, indicando que voltaria a eles com a medalha. A intuição do jornalista tornou-se realidade e o craque pulou para a arquibancada e foi erguido pelo público. “Foi um prêmio no final da cobertura por todo o investimento em bastidores”, lembra Padgurschi, ressaltando as emoções contraditórias vividas na festa do Morro da Mangueira. “Foi muito bonito ver os fogos de lá, a duzentos metros do Maracanã, e compartilhar a alegria dos moradores. Mas foi triste ao mesmo tempo, ao pensar na desigualdade do país e questionar o legado social de eventos como esse”.
Em sua segunda cobertura olímpica, Paulo Whitaker destacou a emoção de acompanhar as Paralimpíadas. “A superação é inquestionável. Segurei as lágrimas duas ou três vezes”. Para o curador, a delicadeza e o respeito dos fotógrafos na cobertura paralímpica merece destaque. “O Brasil soube cobrir as Paralimpíadas como ninguém, com sutileza e de forma lúdica. Revelaram os grandes feitos dos paratletas, não suas deficiências. Vimos muita beleza”, elogia Araújo. Aos 20 anos, quatro anos de fotojornalismo, Leonardo Benassato encarou sua primeira cobertura Olímpica no Brasil. Teve oportunidade de cobrir todas as modalidades esportivas ao lado de grandes nomes do fotojornalismo nacional e internacional. Registrou a emoção da primeira medalhista brasileira, a judoca Rafaela Silva. “Pude sentir a sensação da medalha junto com ela”, conta Benassato.
O fotojornalista Thiago Bernardes vai mostrar e contar para o filho sobre a imagem de sua autoria que mostra o recorde mundial e a conquista da medalha de ouro de seu xará, o atleta Thiago Braz no salto com vara no Engenhão. Ainda “voando”, o atleta comemora no ar ao perceber que ultrapassara a marca do favorito. “Comemorei junto o feito incrível de Thiago. Estava muito cansado naquele dia, já na reta final da cobertura, com chuva e tarde da noite. Lembro de ter chegado no apartamento três da manhã”.
Jorge Araújo brinca que os fotógrafos nas Olimpíadas superam o ritmo dos atletas. Muitas horas de trabalho, deslocamento, troca de modalidades esportivas, pouco sono e superação para manter o olhar sempre atento, sensível e criativo. “Nossos guerreiros fizeram e enviaram o melhor para essa exposição. O que fiz foi uma bateia, como no garimpo, para deixar só o ouro.”
Com o patrocínio da Paulista Foto, as sessenta fotos da exposição foram impressas em fine art em papel 100% algodão. “Em fine art, as cores são muito fiéis e o olhar do fotógrafo é preservado. Galerias e museus de todo mundo optam por essa tecnologia por sua beleza e durabilidade”, explica Estela Dias, gerente da Paulista Foto, empresa que atua em São Paulo desde 1989 oferecendo uma gama completa de serviços para atender toda a produção de uma exposição. A parceria da empresa com a ARFOC-SP estende-se também aos associados, oferecendo espaço e preços especiais aos fotojornalistas.
Alan Morici · Alex Silva · Alexandre Schneider · André Penner · Celso Junior · Clayton de Souza · Daniel Kfouri Danilo Verpa · Diego Padgurschi · Eduardo Anizelli · Fernando Dantas · Ivan Pacheco · Jonne Roriz · Leonardo Benassatto · Marcelo Pereira · Marcos Ribolli · Miguel Schincariol · Nelson Antoine · Paulo Vitale · Paulo Whitaker Ricardo Nogueira · Ricardo Stuckert · Rodrigo Coca · Thiago Bernardes · William Volcov · Zanone Fraissat
Jorge Araújo
REALIZAÇÃO
ARFOC-SP
Associação de Repórteres Fotográficos e
Cinematográficos no Estado de São Paulo
ABERTURA
Espaço Cultural do Conjunto Nacional
08 de novembro de 2016 às 19h
VISITAÇÃO
até 22/11/2016
PRODUÇÃO
Marcos Alves e Vinicius Pereira
Entrada Gratuita
Endereço:
Rua Rego Freitas, 530, Sobreloja
Vila Buarque, São Paulo – SP, CEP 01220-010
Telefone e WhatsApp: (11) 96195-5840
E-mail: contato@arfocsp.org.br