Eliária Andrade

A 19ª Mostra Anual de Fotojornalismo ARFOC-SP tem o privilégio de homenagear Eliária Andrade, uma fotojornalista com mais de 30 anos de dedicação à profissão, cuja trajetória é marcada por uma produção diversa, sensível e poderosa. Com passagens pelos jornais Diário Popular, Diário de São Paulo e O Globo, Eliária se estabeleceu como uma referência no fotojornalismo brasileiro, registrando desde coberturas de hard news até as sutilezas poéticas da vida cotidiana.

Jornalista formada pela Fundação Cásper Líbero e pós-graduada em Globalização e Cultura pela Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Eliária é uma profissional que vai além do simples registro fotográfico. Ela é uma das vozes mais influentes de uma nova geração de mulheres negras que têm, com coragem e determinação, rompido barreiras em um espaço predominantemente dominado por homens e por uma estrutura racista e excludente.

Sua trajetória é um símbolo de resistência, resiliência e reinvenção no universo do fotojornalismo, onde, por meio de seu olhar único e sua sensibilidade, ela abre espaço para o protagonismo da mulher negra, não só na fotografia, mas também nas narrativas que ela contribui a construir. Além de seu trabalho jornalístico, Eliária Andrade se engaja ativamente em coletivos como o ‘Fotógrafos Pela Democracia’, que luta pela preservação e ampliação dos direitos democráticos, e o ‘Mulheres Luz’, que visa democratizar o acesso e dar visibilidade ao trabalho de fotógrafas e mulheres da imagem no Brasil.

Seu compromisso com as causas sociais e políticas é um reflexo de sua profunda convicção de que a fotografia é uma poderosa ferramenta de transformação e inclusão. Atualmente, Eliária desenvolve projetos autorais que trazem à tona sua identidade com a cultura afro-brasileira, com especial destaque para as manifestações populares e religiosas. Ao fundir a fotografia artística e jornalística, ela se torna uma contadora de histórias, expressando sua visão crítica e criativa sobre o mundo. Entre os projetos de maior impacto, destacam-se ‘As Donas da Bola’ (2015), que celebra as mulheres no contexto do futebol, ‘Se Me Vejo, Me Vêem’ (2018), que denuncia a violência contra as mulheres, e ‘Afeto e Memória’ (2024), um projeto criado para dar protagonismo a profissionais negros da fotografia e permitir que eles também compartilhem sua arte com o mundo.

Eliária Andrade é, portanto, muito mais do que uma fotojornalista. Ela é uma mulher negra que desafia os limites de sua profissão, construindo um legado que transcende as imagens capturadas, abrindo portas para outras mulheres e outros negros no fotojornalismo. Sua obra não apenas documenta, mas também transforma a forma como vemos o mundo, oferecendo uma visão mais rica, plural e representativa.

Toda nossa admiração e respeito pelo trabalho de Eliária, que não só preserva a história, mas também utiliza a fotografia como uma poderosa forma de expressão, resistência e documentação. Ela é uma verdadeira inspiração para todos nós.

“Eliária Andrade , mulher de personalidade forte que contribui muito para o mundo do fotojornalismo brasileiro , uma guerreira num mundo predominante masculino, quando ela começou a fotografar . Trilhou seu caminho fazendo tudo , de politica a futebol . É uma honra celebrar sua carreira.”
Edilson Dantas
repórter fotográfico
Entre 2004 e 2009 estive como editor de fotografia no saudoso Diário de S.Paulo. Foi lá que conheci Eliária Andrade. Uma das poucas fotógrafas em meio a uma grande equipe predominantemente masculina, como era comum naquela época. Mas a mulher era realmente ‘porreta’ e de uma personalidade muito marcante. Não lembro sequer uma situação em que ela estivesse em uma pauta e não trouxesse a foto. Especialmente em grandes coberturas, de muita muvuca, era quando ela mais se destacava
Marco Ankoski
editor de fotografia


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