Toda obra que se propõe a ser uma retrospectiva, cria imediatamente uma expectativa de que ali encontraremos evidências do que foi mais importante, mais relevante, daquilo que marcou, que será lembrado como símbolo, ícone de um tempo, a essência de uma época. E é exatamente isto que esta exposição traz.
Nas imagens aqui selecionadas, não temos só o que de melhor o fotojornalismo paulista produziu em 2016, mas também, uma prova de que nestes tempos de jornalismo digital, de um jornalismo que cada vez mais se exerce à distância, os fotojornalistas se tornaram uma espécie de infantaria da notícia. Aquele grupo de soldados que é sempre o primeiro a chegar e o último a sair do local das batalhas.
E o ano de 2016 foi cheio delas: lutas por medalhas nas Olimpíadas do Rio, luta pelos votos no impeachment da ex-presidente Dilma Roussefí, luta pela vida dos bebês com microcefalia, ou do ex-senador Eduardo Suplicy para se libertar dos policiais, enquanto era carregado. Cada um deste eventos são testemunhas de nossa história e chegam até nós por imagens que, por sua vez, são testemunhas da presença do repórter fotográfico. Sempre acreditei que a função da imprensa não é simplesmente “Informar”, a informação é apenas um meio para melhorar a vida do leitor, permitindo que tome decisões melhores, decisões que vão diIitar a sua vida, decisões baseadas em informações verdadeiras e úteis.
É neste contexto em que o trabalho dos fotógrafos presentes nesta retrospectiva deve ser visto e analisado pelo leitor. Cada fotografia aqui é resultado de uma série de decisões por parte do fotógrafo. Mas a principal é o desejo de ver suas imagens, seu trabalho, a serviço da sociedade. É por isso que se arriscam, por isso se obrigam a sempre estarem próximos dos fatos, do fogo, dos tiros, das pessoas, enfim, da notícia.
Umas das teorias da semiótica nos diz que as imagens fotográficas são indícios de algo que se passou na frente da câmera, que sua validade como testemunha se deve a visões que datam do século XIX, das leis da óptica, da química e agora, da informática. Mas é o fotógrafo que dá sentido a estas imagens, é a sua sensibilidade que transforma a luz que entra pela objetiva em informação, em ponto de vista, em opinião sobre algo. E assim, ele se transforma no Jornalista, na mais pura acepção do termo. Aquele que reporta, que diz a quem não estava lá o que aconteceu.
O lendário fotógrafo Robert Capa eternizou, através de uma frase sua, um dos cânones do fotojornalismo, a de que “se suas fotos não são boas o suficiente, é porque você não está perto o suficiente”. Estar próximo não é apenas uma questão física, mas também de compromisso, compromisso com os fatos narrados. E as fotos a seguir são testemunhas disso.
Ari Vicentini – Repórter Fotográfico e Professor de Fotografia
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REALIZAÇÃO
ARFOC-SP
Associação de Repórteres Fotográficos e
Cinematográficos no Estado de São Paulo
ABERTURA
Espaço Cultural do Conjunto Nacional
23 de maio de 2017 às 19h
VISITAÇÃO
até 09/06/2017
PRODUÇÃO
Marcos Alves e Vinicius Pereira
Entrada Gratuita
Endereço:
Rua Rego Freitas, 530, Sobreloja
Vila Buarque, São Paulo – SP, CEP 01220-010
Telefone e WhatsApp: (11) 96195-5840
E-mail: contato@arfocsp.org.br